terça-feira, 19 de novembro de 2013

"Senhorita Macho" e a representação feminina.


Não, hoje eu não vou postar um artigo gigante. Ao invés disso, vou deixar outra pessoa falar por mim: Esse é um dos vídeos produzidos pela vlogueira e professora feminista Anita Sarkeesian, a respeito de representação feminina em videogames. Não vou discorrer sobre a professora Sakeesian, alvo de uma série de ataques quando anunciou sua intenção de falar a respeito de games (situação que me rendeu um texto em outro blog) - e nos meses seguintes. 

O que vou complementar aqui é sobre a questão do que ela nomeia de "Ms. Male": como eu já havia discorrido no meu outro blog, em um post sobre a Iniciativa Hawkeye, é lamentavelmente comum que personagens femininas em quadrinhos sejam nada mais que "clone" de personagens masculinos; no cinema, protagonistas femininas que não sejam o herói de ação com peitos - e que estes não sejam a definição pura da "mascara neutra", aqui representada por '_' - são raras: protagonistas femininas são mais comuns em "chick flicks", embora heroínas de ação estejam se tornando mais comuns, estão também se tornando mais masculinas - e com frequência em filmes de ação, thrillers e dramas policiais, a tudo caí nas mãos de "um homem". Raros são os filmes que passam o teste bechdel - e isso trás seus muitos problemas. 

Outra coisa que quero complementar no que Sarkeesian está dizendo, é que não apenas se trata apenas do Ms Male: também temos o mesmo problema com etnicidade, países e orientação sexual; além de "personality female disorder", temos "personality black disorder", "personality asian disorder", "personality gay disorder", etc: para o padrão da mídia mainstream, o padrão é hetero-branco-homem-americano; todo o resto, é "especial", e já conta como personagem por existir, dispensando profundidade, personalidade e caracterização. E isso se reflete no público: quando anunciado que a próxima Miss Marvel seria a filha de imigrantes paquistaneses Kamala Khan, a reação incluiu ultrajes pelo "Politicamente correto", e piadas estereotipadas  dizendo que  ela "vestiria uma burqa" e teria o poder "de se explodir" - pois afinal, muçulmano é personalidade, não?

Vejam o vídeo, e depois comentem qualquer coisa.  

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